segunda-feira, abril 02, 2007

É difícil ser cristão...

E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
Hebreus 9:22



Nesta passagem, Paulo refere-se a Moisés e à forma como no antigo testamento era feita a remissão dos pecados: os animais eram sacrificados e o sangue era o elemento purificador!

A Bíblia está cheio de paralelos entre o antigo e o novo testamento e este é mais um caso disso mesmo: Jesus o cordeiro enviado por Deus foi sacrificado, não no altar do templo, mas numa cruz e com o Seu sangue salvou-nos, remiu os nossos pecados. Agora Jesus é o elemento purificador!

Mas há aqui um outro ensinamento que podemos retirar. Hoje já não sacrificamos animais e Jesus morreu, ressuscitou e quando voltar vai ser em glória para nos levar com ele, mas quer isto dizer que já não há necessidade de derramar sangue? Eu penso que não: quando no antigo testamento sacrificavam animais, os hebreus sacrificavam os melhores, sem defeito e provavelmente isso implicava um grande esforço para algumas famílias: o melhor animal morria no templo e para eles comerem ficam com os outros! E nós, temos que fazer esforços? Devemos fazer esforços? É claro que sim e não são poucos e cada um nos custa uma ou mais gotas de sangue do nosso sangue (se bem que em sentido figurado, não precisamos de fazer sacrifícios sobre-humanos e colocar a nossa vida em risco para agradar ao nosso Deus): é o esforço de mudar-mos a nossa vida, é irmos à Igreja, participar nas actividades, dar o dízimo e poderia continuar com tantas outras coisas que às vezes nos parecem tão penosas, mas que no fim são uma benção e das quais o nosso Deus muito se agrada.

A grande diferença entre nós e os Hebreus do antigo testamento acaba por ser a forma como efectuamos o sacrifício: eles sacrificavam animais, nós sacrificamos o nosso tempo, a nossa vida, os nossos bens, mas em qualquer dos casos nenhum de nós sangra verdadeiramente e nenhum de nós sacrifica nada que não nos tenha sido dado pelo nosso Deus.

Assim, vale a pena sangrar...